quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Casa recuperada




Em uma época em que o progresso era movido a galope, a população de Santo André acompanhava, orgulhosa, o aumento vertiginoso das construções ao redor da igreja matriz. Das que resistiram à velocidade destrutiva do desenvolvimento, uma casa, de 1915, parece debochar do tempo, exibindo, graciosa, sua fachada lilás.

Lá dentro, piso, batentes e tijolos são originais. “Tudo que fiz foi retirar as intervenções recentes e ruins”, explica a designer de interiores Erika Karpuk, orgulhosa do espaço que hoje abriga o seu escritório, seu segundo lar. Ah, e acreditem: neste lugar, galos cantam no quintal.
 Os pendentes volumosos destacam o pé-direito. O sofá foi garimpado nas Casas André Luiz, em São Paulo, e revestido com camurça suede chocolate. O tapete foi confeccionado pelos artesãos de São Francisco Xavier. A porta de entrada é original de 1915

Decoração atemporal
Ao olhar para a textura ocre que cobria as paredes do living, Erika só pensava no que o revestimento escondia. Então, raspou toda a massa da superfície, trouxe os tijolos à vista e os protegeu com uma camada de seladora e outra de tinta branca. “Eu queria mostrar a estrutura da casa”, lembra.

O maior empecilho foram os cupins. Por causa deles, alguns batentes e rodapés tiveram de ser trocados. Já a decoração foi pautada nos contrastes. Na ambientação proposta pela designer, ora o novo veste o velho, ora o antigo se faz moderno, como a mesa de jantar com as cadeiras Formiga, de Arne Jacobsen, sobre o piso de peroba rosa original. Ou então as peças vintage, garimpadas por preços superacessíveis em bazares beneficentes, revestidas com tecidos descolados.


O tampo de mármore da mesa lateral, adquirida em bazar, estava quebrado e foi substituído por outro de madeira. A base de bronze recebeu polimento. A poltrona ao lado foi revestida com chenile importado pink. Destaque para a cúpula de crochê do abajur. A poltrona, comprada nas Casas André Luiz, ganhou revestimento de camurça suede roxa. A luminária vintage foi presente de uma cliente

Troca-troca
Na copa, um armário feito com cimento queimado esconde os resquícios deixados por um fogão à lenha. A solução atendeu outra demanda: a de prateleiras, impossíveis de fixar nos tijolos. Com rachaduras, o forro de estuque foi removido, deixando à mostra as telhas, três delas substituídas por modelos de vidro para reforçar a iluminação natural.

Com exceção da janela, todos os elementos do banheiro tiveram de ser trocados. A antiga pia cedeu espaço para a bancada de cimento, que ampara a moderna cuba, e o piso foi revestido com pastilhas cor terra. Até mesmo o forro, em péssimas condições, teve de ser removido. Tanto a rede hidráulica da casa quanto a elétrica foram refeitas.


 No banheiro, a maior dificuldade foi alinhar as pastilhas do piso com a bancada de cimento, já que a planta é totalmente irregular.


Referência: R7.portaldecoracao.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário