terça-feira, 29 de novembro de 2011

O piso subiu pelas paredes



Já pensou em aplicar o mesmo material no piso e nas paredes? A ideia pode ser um facilitador para quem procura dar um visual diferente ao ambiente, além de reduzir custos e até mesmo servir para solucionar algumas dificuldades na reforma. Se este é o seu caso, fique de olho nas sugestões adotadas por estes profissionais.

 

As pedras de mosaico português foram aplicadas na parede da sala de jantar. “A família morou muitos anos no Oriente e queria trazer um pouco de rusticidade, não só nas peças decorativas, mas nos materiais também”, explica a arquiteta Fernanda Belotto, responsável pelo projeto. Para ampliar o efeito, três pontos de iluminação aproveitam as suas irregularidades, “desenhando” sombras e luzes.

Características
Além de permitir criar desenhos e composições em diversas cores, é possível organizar as pedras de maneira menos regular, intensificando as saliências da parede. A limpeza deve ser frequente para não acumular pó e outras sujeiras, pois, em ambientes internos, o material não pode ser lavado como nos pisos.

Dica

Cuidado com a aplicação, pois exige técnica e paciência para não sujar as pedras durante a colocação.

Projeto, Fernanda Belloto; piso em mármore e parede, Pedras Agrela; iluminação, Lustres Yamamura; marcenaria, Capolavoro; sofás, Espaço 204; mesa espelhada, Brentwood.

Cimento queimado

O cimento queimado foi a melhor opção para este banheiro, projetado pela arquiteta Adriana Yazbek para ser um local charmoso e de fácil manutenção. O material, ao invés de permanecer no piso, ganhou todo o ambiente e tornou-se o elemento principal, em uma combinação de vermelho e cinza. “A intenção era criar um ambiente bem cenográfico e pouco usual, um espaço que causasse surpresa”, revela Adriana.


 "Além do baixo custo, o cimento queimado é fácil de aplicar e versátil nas cores , feitas com a adição de corantes à massa." - Adriana Yasbek, arquiteta
Características

O custo é muito baixo e é possível que o pedreiro mesmo produza a massa. As possibilidades de cores e acabamentos são feitas a partir de corantes em pó e materiais aplicados à mistura, como o pó de mármore. Na colocação, utilize juntas de dilatação para minimizar possíveis trincas.

Dica

Para proteger e manter o aspecto liso e brilhante, aplique uma camada de resinas específicas. Pode ser lavado normalmente no dia a dia.

Projeto, Adriana Yazbek; execução, equipe da arquiteta.

Madeira ipê

Após revestir o piso da sala em madeira ipê, a arquiteta Paola Rosellini procurava uma forma de aproveitar melhor o canto da lareira. “A parede era arredondada, em alvenaria branca, bem no estilo 1970”, comenta. A solução veio justamente do piso. Para deixar o visual mais reto e contemporâneo, ela revestiu a lareira com o mesmo tipo de madeira, garantindo um resultado estético impactante e também econômico ao projeto.

"O grande trunfo desta aplicação foi justamente minimizar os efeitos do pé-direito da sala, que ultrapassa os 6 m de altura." - Paola Rosellini, arquiteta 

Características

Se bem cuidada, a madeira é extremamente durável, e pode ultrapassar os dez anos com facilidade, bastando aplicar as resinas entre três e cinco anos. Em caso de reformas, é possível retirar somente as placas necessárias e reaplicá-las posteriormente. Além disso, a limpeza é fácil, bastando pano úmido e sabão neutro.

Dica

Para não pesar, aplique uma demão de verniz mais claro, criando um tom mais ameno ao ipê.


Projeto, Paola Rosellini; piso e lareira, Alves Pisos e Revestimentos; mármore da lareira, São Matheus Marmoraria; pufes e tapete, By Kamy; mesa lateral e poltronas, Depósito São Martinho; mesa lateral da lareira; Trend Casual Home; persianas rolô, Arthur Decor.

Trio de madeiras

Pegue uma composição de tacos palitos, coloque cores salteadas e aplique este conjunto também na parede frontal do home theater. Qual o resultado? Esta criação, feita pela arquiteta Ana Lucia Salama. “O grande charme está na união com o piso, que dispensa a utilização de um painel somente para o home”, observa. Além disso, a solução é muito funcional, pois toda a fiação fica camuflada sob os tacos da parede.
 
"A mescla de cumaru, perobinha e amêndola foi um dos diferenciais da aplicação." - Ana Lucia Salama, arquiteta


Características

Além de belos, os tacos palito são também mais ecológicos, pois podem ser feitos aproveitando as sobras de outros cortes, mas sua aplicação exige mão-de-obra e montagem especializadas. Para a manutenção, um pano úmido e sabão neutro.

Dica

A combinação entre diferentes madeiras proporciona um acabamento diferenciado e com movimento à decoração. Além disso, é possível variar entre os tipos e a quantidade de madeiras na composição.

Projeto, Ana Lucia Salama; piso e painel, Parquet SP; sofá, Lafer; móvel do home e tecidos, Artefacto; pufe, Artefacto Basic; cortinas, Duetto Decorações; iluminação, Moema Iluminação.

Ladrilho hidráulico

O banheiro das filhas ganhou vida, charme e toque de delicadeza especiais quando a arquiteta Tieko Matsuda decidiu abandonar os revestimentos comuns e apostar nos ladrilhos hidráulicos no ambiente. “A ideia foi manter o ar romântico, rústico e pessoal, a pedido dos moradores”, explica a profissional.


"As cores, padrões e combinações dos ladrilhos foram personalizadas de acordo com o ambiente." - Tieko Matsuda, arquiteta


Características
Por ser muito poroso, é importante aplicar uma camada de resina protetora sobre o material. A manutenção é feita com a aplicação de cera comum a cada 15 dias. A limpeza deve ser feita apenas com pano úmido e sabão neutro, nunca com produtos químicos.

Dica

Artesanais, os ladrilhos hidráulicos podem apresentar diferenças mínimas entre as peças, que fazem parte da característica e do charme deste acabamento.

Projeto, Tieko Matsuda; ladrilhos hidráulicos, Dalle Piagge; bancada, O Relicário; espelhos e papeleira, Depósito Santa Fé; acessórios, acervo.

Referência: Portaldecoracao.com.br


 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Análise de qualidade em pisos de madeira




Análise de qualidade em pisos de madeira
As exigências de qualidade, em diversos setores, são crescentes e forçam as empresas a incorporar novos procedimentos na sua linha de produção ou prestação de serviços. De acordo com a ABNT (2010), as tradicionais vantagens baseadas no uso de fatores abundantes e de baixo custo estão sendo eliminadas pela competição entre as empresas. A implantação de programas de qualidade ou conformidade pode contribuir para o crescimento e evolução dos diversos setores. Certificar um produto ou serviço significa comprovar junto ao mercado que a organização possui um sistema de fabricação controlado, garantindo a confecção de produtos ou a execução dos serviços de acordo com normas específicas, comprovando sua diferenciação face aos concorrentes. As organizações que mais investem em qualidade, pela adoção de programas, obtêm mais sucesso em indicadores de desempenho da qualidade e maiores ganhos financeiros. Mencionam também que as principais causas de insucesso de programas de qualidade estão relacionadas com a escassez de recursos financeiros para a correta implantação e o frágil apoio da direção da empresa.

Os sistemas de gestão de qualidade ligados à construção civil têm se expandido pelos mais diversos países e existe a tendência de desenvolvimento de modelos específicos para atendimento das necessidades desejadas. Com a certificação, houve uma tendência de melhoria contínua, entretanto, sendo mais efetiva quando os índices de refugo e retrabalho são grandes. A ISO 9000 proporcionou ganhos mais relacionados à padronização dos processos e os ganhos da QS 9000 estão ligados à prevenção de não-conformidades e à eficácia das atividades.

Com a adoção do sistema de gestão da qualidade, os benefícios estão associados às mudanças internas nas empresas de natureza operacional (vinculadas a procedimentos de qualidade), estratégica (papel da qualidade nas estratégias do negócio) e gerencial (associadas à estrutura e processos de administração internos). Adicionalmente, também foi relatado aumento do grau de especialização e capacitação tecnológica das empresas. Apesar do crescimento na adoção de programas de qualidade em diferentes cadeias produtivas, poucas são as iniciativas brasileiras existentes com relação à análise, normalização e certificação de qualidade para produtos de madeira. O destaque é o PNQM – Programa Nacional de Qualidade da Madeira, coordenado pela ABIMCI – Associação Brasileira da Indústria da Madeira Processada Mecanicamente. Este Programa foca principalmente os painéis compensados de madeira e o atendimento às exigências da Comunidade Européia para a Marcação CE. Pelas avaliações inicialmente realizadas, constata-se uma grande lacuna envolvendo procedimentos controlados relacionados à qualidade e sua aplicação nas indústrias fabricantes de produtos de madeira.

Torna-se de grande importância o desenvolvimento de estudos objetivando avaliar os benefícios da implantação de programas de certificação de qualidade e incentivar a sua adoção pelas indústrias do setor de produtos de madeira. Para a cadeia produtiva dos pisos de madeira sólida, a ANPM – Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira desenvolve um Programa de Qualidade (PQ) objetivando proporcionar melhorias significativas em termos de eficiência, segurança, controle de qualidade e desempenho da gestão. Os benefícios incluem o melhor controle dos custos, aperfeiçoamento da mão-de-obra, redução de desperdícios, melhores práticas gerenciais, redução dos riscos de processos judiciais, prevenção contra barreiras técnicas e, logicamente, atendimento das exigências de qualidade.

O crescente consumo de pisos de madeira, verificado ao longo da atual década também é um fator estimulante para melhorar a qualidade dos produtos e aumentar a competitividade no mercado internacional.

Produção mundial de Pisos de Madeira


No Brasil, a produção de pisos também apresenta um crescimento significativo ao longo dos anos, entretanto a participação brasileira no mercado mundial é muito pequena considerando a grande vocação florestal do país. Com consumo e produção crescentes, a qualidade torna-se imprescindível, inclusive na agregação de valor aos produtos. O objetivo principal deste trabalho é analisar a evolução da qualidade dos pisos de madeira brasileiros a partir da implantação do PQ da ANPM e identificar os principais problemas causadores de não-conformidades contribuindo, assim, para a adoção de procedimentos corretivos pelas indústrias fabricantes.

Os procedimentos adotados na aplicação do PQ da ANPM tem como base a elaboração de normas técnicas e auditorias periódicas para verificação do padrão de conformidade dos produtos. Para a análise da evolução no padrão de qualidade dos pisos, apresentada neste trabalho, foram utilizadas informações de 8 auditorias seqüenciais realizadas em 6 indústrias produtoras; considerando-se o índice médio de conformidade nas indústrias auditadas.

Até o ano de 2010 as duas únicas normas existentes no Brasil, relacionadas a pisos de madeira, eram as da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, denominadas “Taco de madeira para soalho” e “Tacos modulares de madeira para soalhos na construção coordenada modularmente”. Essas normas, por serem antigas, não são relacionadas ao tipo de piso mais produzido atualmente, denominado “Assoalho”; o qual consiste de peças com dimensões variáveis e encaixes do tipo “macho e fêmea”. Neste sentido, a ANPM desenvolveu normas para o piso do tipo “Assoalho” considerando as principais normas internacionais existentes, principalmente as adotadas pela NOFMA – National Oak Flooring Manufacturers Association (1999) e pela NWFA – National Wood Flooring Association (1999). Entretanto, apesar de usar como base normas internacionais, tornou-se necessário fazer adaptações considerando as diferenças entre as espécies de madeiras. O Brasil apresenta uma diversidade de espécies e, logicamente, características que devem ser consideradas na elaboração de normas gerais. Assim, através de diversas discussões com empresas, profissionais e instituições ligadas ao setor, a ANPM elaborou as seguintes normas:

a) Terminologia: que define os termos relacionados a pisos de madeira;
b) Padronização e Classificação: que estabelece as classes de qualidade e níveis de tolerância de defeitos que devem ser analisados para determinação do padrão de qualidade do piso de madeira do tipo assoalho.

Em um primeiro momento, essas normas foram utilizadas internamente pelas empresas associadas da ANPM, para checagem de sua aplicação prática e possíveis ajustes. Posteriormente, considerou-se importante oficializar as normas junto à ABNT e torná-las disponíveis para toda a sociedade. A ANPM coordenou a Comissão de Estudos da ABNT e as referidas normas foram publicadas oficialmente em março de 2010.

 

Auditorias de Qualidade


Tendo as normas de Padronização e Classificação como documentos referenciais, foram propostos procedimentos padronizados para avaliar a qualidade dos pisos de madeira; os quais deram origem a umas normas internas da ANPM abordando as Auditorias de Produto, tanto externas como internas. As auditorias, que envolvem a amostragem do produto (piso de madeira sólida) e a quantificação dos defeitos, das dimensões e do teor de umidade; resultam na qualificação (ou não) da indústria produtora de piso no Programa de Qualidade da ANPM. Os principais procedimentos da auditoria são:

Amostragem: Em cada auditoria são amostradas 125 peças de um lote de pisos de madeira já acabados e prontos para utilização. Para definição da amostragem foram utilizadas como referência as normas da ABNT NBR 5425, NBR 5426 e NBR 5427. Para a determinação do teor de umidade são selecionadas, ao acaso, 50 peças do lote amostral. Na auditoria, as peças amostradas são dispostas em uma mesa plana e regular onde são realizadas a análise visual e a mensuração das dimensões.

Defeitos de processamento: Incluem os diversos tipos de empenamentos, rachaduras e outros defeitos como falhas no encaixe e no esquadrejamento. Durante a inspeção é formado um painel com as peças amostradas, simulando uma situação prática de instalação, o que contribui para a identificação de defeitos que não aparecem na análise individual das peças como degraus e frestas.

Defeitos intrínsecos e aspectos estéticos: Defeitos graves que não são admitidos incluem apodrecimento, presença de casca, cerne quebradiço, extremidades quebradas, fissuras de compressão, galeria de insetos, presença de medula, rachaduras anelares e diametrais. No caso da estética, é analisada a aparência (grau de uniformidade das peças), presença de grã reversa e manchas.

Dimensões: São analisadas a largura e a espessura das peças. As medições são realizadas em três pontos na mesma peça sendo duas medições nas extremidades e uma medição na região central. As medições não consideram os encaixes e são tomadas sempre em relação à face da peça.

Teor de Umidade: A determinação do teor de umidade segue o método gravimétrico (secagem em estufa a 103C 2 até massa constante), descrito em diversos manuais de secagem da madeira.

De acordo com as normas referenciais, resumidamente, os aspectos analisados são classificados conforme as seguintes tolerâncias:

Espessura: Tolerância de ± 0,20 mm em relação à dimensão nominal. Largura: Tolerância de ± 0,20 mm em relação à dimensão nominal.

Umidade: Tolerância de ± 1,5% em relação à umidade nominal.

Defeitos: neste caso, as avaliações consideraram como base a Classe 01 de qualidade das normas que consiste no padrão mais rígido de classificação. A análise é realizada constatando a ausência, presença e/ou medições dos defeitos.

Em todos os casos, conforme os resultados da inspeção, as amostras são classificadas em peças conformes (dentro das exigências das normas) e não-conformes (fora das exigências das normas). Para que o lote seja aprovado é necessário um mínimo de 93% de conformidades para dimensões, teor de umidade e defeitos.

De uma forma geral, a implantação do Programa de Qualidade proporcionou sensível melhoria no padrão de qualidade dos pisos de madeira.

Nota-se que a média das conformidades com relação a defeitos aumentou com a realização das auditorias. No início das auditorias as conformidades apresentavam percentual de conformidades acima de 90% e no final atingiu cerca de 95%. Isto indica que este item não é problemático apresentando fácil controle. A análise de defeitos é realizada de forma visual, assim, a atenção dos inspetores de qualidade das empresas é de grande importância para evitar a presença de peças com defeitos nos lotes já preparados para comercialização. Algumas condições favorecem o percebimento de peças com defeitos como boa iluminação, mesa adequada (regular e plana), quantidade de material adequada e a própria capacitação e experiência dos inspetores. As principais causas de não-conformidades foram frestas, torcimentos, falhas na face e rachaduras de superfície.
Análise de qualidade em pisos de madeira


Espessura

A média das conformidades com relação a espessura também aumentou com a realização das auditorias. Na auditoria inicial, as peças dentro da tolerância de +/-0,2 mm eram de 85% e, na última auditoria, o percentual de conformidades foi da ordem de 98%. Houve um crescimento gradual na qualidade das peças até atingir praticamente uma estabilização, verificada após a 5ª auditoria. Considera-se que este item não é mais problemático, sendo fácil o seu controle.

Largura

Assim como para a espessura, a média das conformidades com relação a largura aumentou com a realização das auditorias. No início as peças dentro da tolerância de +/-0,2 mm eram de cerca de 86% e, na última auditoria considerada, o percentual de conformidades foi de cerca de 97%. Neste caso é interessante notar que nas auditorias iniciais houve uma queda de qualidade. Conforme informações das empresas, a largura das peças é um aspecto problemático, pois a dimensão das peças, neste sentido, se altera de forma mais acentuada durante e após o processamento. A madeira, como material higroscópico, altera suas dimensões conforme a umidade do ambiente ao seu redor, e esta alteração (pode ser contração ou inchamento) é mais significativa no sentido da largura das peças.

A maioria das empresas fabricantes busca produzir pisos com um teor de umidade final de 8%. Assim, após o processo de secagem, a madeira tenderá ganhar umidade e aumentar as suas dimensões proporcionalmente ao tempo de exposição ao ambiente. Na região norte, onde existem muitas indústrias fabricantes de pisos, este problema de alteração de umidade e dimensões tende a ser mais intenso, devido a elevada umidade relativa do ar. Para evitar as alterações de umidade e, consequentemente, as alterações dimensionais, deve-se processar e embalar a madeira o mais rapidamente possível após o processo de secagem. Também podem ser utilizadas câmaras climatizadas para minimizar as alterações.

 

Umidade

O teor de umidade é a característica de qualidade que apresentou maior variação ao longo das auditorias. A tendência é de aumento no índice de conformidades, mas sem ainda atingir o mínimo especificado; configurando-se como o mais problemático e de difícil controle. As empresas também mencionam esta dificuldade. O teor de umidade das peças, assim como discutido no item largura, sofre alterações conforme as mudanças de umidade no ambiente onde estão dispostas. Além disso, outros aspectos podem influenciar a ocorrência de grande variação no teor de umidade das peças. Por exemplo: secadores e controladores inadequados; medidores de umidade descalibrados; falta de capacitação técnica dos profissionais responsáveis; variabilidade de matéria-prima (espécies e tempos de pátio diferentes); e pressa para a entrega dos pedidos. Para se conseguir obter o teor de umidade desejado e de maneira uniforme é necessária grande atenção nos aspectos mencionados anteriormente. Muitas vezes não são fatores isolados que causam o problema de umidade inadequada. Além disso, caso o teor de umidade seja inadequado, problemas podem ocorrer após a instalação dos pisos de madeira, ou seja, as peças podem inchar ou encolher causando defeitos como frestas, rachaduras e empenamentos. Neste caso a situação torna-se crítica, pois é provável a ocorrência de processo judicial entre o cliente comprador do piso e a empresa comerciante.

Como conclusão, o PQ da ANPM contribuiu para a melhoria de qualidade dos pisos de madeira; com a realização das auditorias houve melhora geral no padrão de qualidade dos pisos; os itens defeitos e espessura são de mais fácil controle com altos índices de conformidades; os principais defeitos, causadores de não-conformidades, verificados nas inspeções foram frestas, torcimentos, falhas na face e rachaduras de superfície; a característica largura pode apresentar maior variação de conformidades devido ao comportamento higroscópico da madeira; a característica umidade apresenta grande variação de conformidades sendo de difícil controle.

Autores: Ariel de Andrade (ariel@anpm.org.br) - USP - ANPM; Ivaldo Pontes Jankowsky (ipjankow@esalq.usp.br) - USP; Saly Takeshita (saly@usp.br) - USP; Raul Pereira Vieira Neto (raul@anpm.org.br) - ANPM


Referência: Revista da Madeira - Edição Nº 125 - Novembro de 2010
                  

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Arquiteta usa e abusa da madeira em apartamento





Difícil imaginar que este amplo apartamento em Perdizes, zona oeste de São Paulo, composto harmonicamente com madeira, do chão ao teto, e peças de arte, foi entregue quase pelado. Por se tratar de um empreendimento novo, Fabiana Avanzi recebeu o imóvel do jeito que qualquer arquitetura gostaria: cru para criar. A piscina foi a única estrutura a ser entregue com cara de pronta, já com as pastilhas

"Combinamos de não mexer por causa da impermeabilização", explica.

Com a ideia de que o living pedia aconchego, ela usou e abusou da madeira. No piso, a de demolição, da Parquet SP, enfatizando o aspecto mais rústico, até para diferenciar o espaço da área dos quartos, onde foi usada perobinha com resina. Os painéis de laca que revestem as paredes, feitos sob medida pela Marcenaria Angelo Arte, completam a estética do ambiente.

O forro também de madeira, além de dar personalidade, resolve duas questões. A primeira é o pé-direito baixo, constante nos novos apartamentos. Ao manter a laje sem forro nas laterais o apartamento ganhou alguns centímetros na vertical. "O forro de madeira corta o apartamento no maior sentido. Se a gente nivelasse o teto por ele, ficaria muito abafado", explica Fabiana. A outra vantagem da estrutura é que ela esconde fios e cabos de iluminação, som e ar-condicionado. Há também pontos de luz no meio dos quadrados.

O material também domina o mobiliário. As estantes e a mesa de centro com nicho para vasos foram feitas na Angelo Arte. O trio de mesinhas redondas e as poltronas Diz, de Sergio Rodrigues, são da Dpot. No restante dos móveis optou-se por tons neutros, como o cinza. Não à toa. A alegria fica por conta dos quadros de Osgemeos e de Volpi. A leve sobriedade não é problema: o espaço é mais usado pelo casal, os filhos têm um terraço jovem para ver filmes e ouvir música.

Ainda no living, a grande dificuldade foi ampliar o espaço sem perder luminosidade. No térreo do prédio, o apartamento tinha uma varanda cercada por um muro de 1,80 que virou o escritório da proprietária, integrado à sala de estar. Mas, como mesmo assim o apartamento continuaria meio escuro, por causa do muro, pontos de luz estratégicos foram colocados pela Mingrone, responsável pelo projeto luminotécnico.

As obras de arte tiveram atenção especial: conforme a proprietária foi escolhendo a disposição dos quadros, foi-se adaptando o tipo de iluminação. O último a ser escolhido foi o dos Osgemeos, que ganhou a companhia de um abajur de chão da On Light. "Acabou dando um ar descontraído."

Se no living, o forro de madeira divide a atenção com os quadros, na sala de jantar, ele ganha mais concorrentes. A imponente luminária da Flos imprime charme e ostentação à mesa das refeições formais.

A outra atração é a parede verde - na verdade, o material é transparente, mas na junção fica dessa cor - formada com vidro profilit, que separa a área social do corredor que leva aos quartos.

As peças são encaixadas e fixadas com as bases no pé e no topo. "A gente não vê do outro lado, mas passa luz. Assim, não tivemos de subir uma parede", explica a arquiteta. A solução também combina com os tons de verde, marrom e dourado - presentes no espaço e nos quadros de Fátima Villarin.

Já a viga perto da luminária recorda que ali havia uma parede, derrubada para ampliar o ambiente. A porta de correr ajuda a prolongar o espaço e quando fechada, cria um novo ambiente, mais reservado.

Preto e madeira. A cozinha gourmet, por sua vez, não tem nada de formalidades. Para o armário e cadeiras, a opção foi pelo preto, combinando com o cinza da coifa, da adega e dos charmosos banquinhos, que não atrapalham a passagem. A madeira, porém, não poderia faltar: na mesa, no forro e no piso. Com as portas de vidro, o espaço ganha amplitude - o cômodo original ia até a parede branca -, além da integração com a área externa.

Lá fora, além do deck no canto esquerdo, da Parquet SP, um modelo removível, da Marcenaria Alto Padrão, foi colocado sobre a piscina. O banquinho, da Angelo Arte, dá utilidade à pilastra, que, por fazer parte da estrutura do prédio, não poderia ser retirada. "O bom é que ele conversa com os sofás", diz Fabiana.

Os móveis da Decameron cumprem bem o papel de transformar o lugar numa espaço para a família descansar. "Em vez de espreguiçadeiras, optamos por uma única peça. A pessoa pode se jogar e não fica com cara de clube."

O projeto de paisagismo também tem dupla função: leva vida ao espaço, com diferentes tipos de plantas, da jasmim-do-imperador ao fórmio vermelho, e ainda dá privacidade. "A vegetação mais alta é porque no canto tem a janela do banheiro da empregada", conta a arquiteta.

O casal contratou Fabiana assim que comprou o apartamento, há 2 anos, com o prédio ainda em construção. Uma das vantagens nesse tipo de situação, segundo ela, é planejar o projeto com os proprietários com mais tranquilidade e combinar com a construtora como o imóvel deve ser entregue. "Você não gera tanto entulho nem tem retrabalho", afirma.

O fato de o apartamento ser térreo facilitou a condução da obra, diz. "Você fica livre do elevador e da restrição de não poder descer entulho a qualquer hora." O lado ruim? Não dá para içar nada pelos janelões, por isso, alguns objetos foram montados no próprio apartamento. (AE)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O uso da madeira




O uso da madeira

Aplicação de madeira na construção ou revestimento de pisos, é uma das técnicas mais antigas usada para aquecer e dar conforto em ambientes para moradia. Assoalhos-Laminados-Tacos-Parquetes

 

Assoalhos

São feitos de réguas de madeira maciça que podem ter comprimento, espessura e larguras variáveis, conforme a necessidade e a geometria.

O assoalho de tabua corrida é o mais classico, geralmente estas tábuas são aplicadas diretamente sobre contrapiso (piso sem acabamento) e fixadas por barroteamento (pequenos pedaços de madeira embutidos no cimento ao nível do piso, nos quais serão aparafusadas ou pregadas).

Lateralmente, as peças são encaixadas de modo a não deixar qualquer espaço vazio, de comprimentos diversos, larguras de 0,10cm, 0,15cm e 0,20cm.

A colocação pode ser feita também em diagonal e até mesmo de maneira mista, dependendo somente da capacidade de quem o faz.

É muito importante calcular bem a espessura do piso e sua relação com o espaço abaixo (a altura) das portas.


Laminados

São réguas resinadas de cerca de 8mm de espessura (existe uma enorme variedade de pisos laminados), que tentam reproduzir artificialmente os padrões da madeira.

São fixadas entre si por colagem e encaixe, em geral coladas diretamente no piso preparado, mas também podem ser colocadas encima de um assoalho já existente, dependendo das condições encontradas.

Nem sempre o resultado é o mais "natural".


Tacos

São pequenas placas de madeira maciça com tamanhos variáveis, encaixadas e coladas entre si, geralmente são aplicados diretamente sobre contrapiso .

Pode-se escolher o tipo e cor dos tacos, permitindo desenhos e nuances na composição do piso.

Parquetes

Constituem-se de placas compostas por pequenos grupos de tacos colados, formando uma espécie de mosaico.

Colados diretamente sobre o contra piso, por melhor que sejam as colas sempre existirá a possibilidade de descolagem.

Pode-se escolher o tipo de madeira e cor dos parquetes (que são muito variados), permitindo desenhos e nuances na composição do piso.


Referencia: Faz Facil

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pisos de madeira e assoalhos!




Pisos de madeira e assoalhos!

As madeiras

As madeiras destinadas a pisos de tacos ou assoalhos devem ser convenientemente secas, por exposição ao ar ou por processo acelerado em estufas adequadas.

Os teores de umidade, situados entre 6% a 14%, são satisfatórios.Dentro desses limites, as peças de madeiras são consideradas próprias para pisos.
A madeira é um material higroscópico, ou seja, seu volume varia em função da temperatura e umidade do local. Pequenas variações nas dimensões (LXCXE) das peças ocorrem normalmente.

A variedade nos tons e veios de um mesmo tipo de madeira não é defeito e sim uma de suas características mais marcantes, o que a torna um revestimento nobre e inimitável. Pela sua natureza, nunca haverão peças da mesma madeira com tons e veios absolutamente iguais.

A existência de peças curtas não é um defeito em madeira. Na fabricação não escolhemos se as tábuas deverão ser longas ou curtas.
Seu comprimento é determinado em função da retirada maior ou menor de defeitos naturais durante a sua fabricação.
Após a colocação do piso as eventuais emendas em tábuas passam despercebidas.

Após a instalação é comum uma pequena movimentação das peças, provocando abertura de frestas e um pequeno desnível que pode ser corrigido na calafetação.

Ao receber a madeira em sua obra, estoque-a de maneira uniforme em local coberto, seco, arejado e sem insolação direta, de preferência no local de sua futura instalação. Madeiras mais moles, em geral as mais claras, amassam com mais facilidade. Evite impactos pontiagudos.

Que tipo de madeira pode ser usada para substituir o cedrinho em assoalhos, tendo resultados semelhantes em termos de custo e qualidade?

Para assoalhos as madeiras ideais a serem utilizadas são:
Ipê, Jatobá, Maçaranduba, Sucupira, Grápia e Cumaru.
São espécies de alta massa específica e dureza , que proporciona maior resistência a impactos, não deixando marcas no assoalho.

Como fazer

Orientamos que a instalação do piso de madeira seja feita na fase final da obra, o ambiente deve estar devidamente protegido da ação atmosférica, janelas com vidros , portas instaladas para a proteção contra a incidência de sol ou chuva .
Verificar também se não há indícios de infiltrações pelo contrapiso ou paredes.
A pintura das paredes deverá ser providenciada após a instalação.

O contrapiso deverá ser feito com cimento e areia média lavada, na proporção de 3x1 (três de areia x por um de cimento), respeitando as recomendações seguintes:
- deixá-lo o mais nivelado possível não necessitando ser áspero;
- não deverá ser queimado;
- não poderá ter partes ocas ou soltas e alinhadas nas extremidades das paredes.
Desta forma estará apto para instalação de: assoalhos, tacos, parquets, carpetes, laminados, Paviflex, etc.

No caso de barrotes ou granzepes (peça de madeira usada para fixação de assoalhos, chumbada rente ao contrapiso com formato trapezoidal e com comprimento linear), deve-se proceder da seguinte forma:
Chumbar com espaçamento máximo entre de 35 cm entre si, perfeitamente alinhados, nivelados e os espaços, preencher com a massa anteriormente descrita.
Quando o pavimento for térreo ou sujeito a infiltrações, deve ser feita impermeabilização do contrapiso com produtos de boa qualidade.

Referencia: Faz Facil

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Quais as diferenças entre pisos laminados, carpetes de madeira e pisos de madeira?




O carpete de madeira trata-se de uma folha de madeira natural, bastante fina, colada e prensada a uma base de madeira processada, como compensado, aglomerado, mdf ou similares

Uma dúvida muito comum entre quem está pensando em reformar a casa é a diferença entre pisos laminados, bastante utilizados atualmente, e os clássicos pisos de madeira. O carpete de madeira também entra nessa confusão, pois há alguns anos subitamente inundou o mercado nacional.
Vamos entender então um pouco das características de cada um desses revestimentos, para que você possa escolher o tipo de piso mais adequado para sua casa com segurança.

 

Pisos de madeira

 

Os pisos de madeira são divididos em uma série de produtos diferentes. Em comum, eles possuem o fato de serem de madeira natural, em toda sua composição, ainda que de diversas espécies diferentes. Existem pisos de cumaru, peroba, ipê, amêndola, tauari, carvalho, entre muitos outros. Há diferenças sobre a resistência e dureza dessas espécies, que podem ser averiguadas em lojas especializadas. Geralmente os estabelecimentos possuem uma escala com a resistência de cada uma das espécies com que trabalham.
Tacos, assoalhos e parquets são alguns dos nomes de diferentes pisos de madeira, e a diferença entre eles tem a ver com a espessura e largura das ripas (tábuas) de madeira que compõem o piso e também por sua forma de aplicação. Suas espessuras variam, geralmente, entre um e dois centímetros e meio, dependendo do tipo de acabamento. É possível ainda realizar diversos desenhos ou paginações com os diferentes formatos de piso. No inicio do século 20, esse tipo de trabalho era muito apreciado em construções brasileiras. Muitos exemplos dessa tendência em piso resistiram até os dias de hoje.
Algumas vantagens dos pisos de madeira são: alta resistência ao tempo, possibilidade de raspagens que deixam o piso quase novo após anos de uso, conforto térmico, agradável sensação ao usuário, entre outras. As desvantagens que podem ser mencionadas são o custo alto desse tipo de material e o tempo de aplicação, que pode ser bastante inconveniente caso o proprietário esteja morando no imóvel durante a reforma, por exemplo.

 

Carpete de madeira

 

Este piso trata-se de uma folha de madeira natural, bastante fina, colada e prensada a uma base de madeira processada, como compensado, aglomerado, mdf ou similares. Geralmente o carpete de madeira é bem mais fino do que os pisos de madeira maciça, com algo em torno de cinco a sete milímetros.
O carpete de madeira é usualmente instalado com bastante facilidade ao contrapiso e funciona como um piso flutuante: Ao contrário dos pisos de madeira, ele não é colado ou parafusado ao piso, mas sim apenas colocado sobre uma manta de separação, e preso um ao outro por meio de encaixes do tipo macho e fêmea. Nas bordas é aplicado um rodapé que arremata o revestimento, evitando que ele saia do lugar.
Enquanto a rapidez de aplicação do sistema e preço são suas grandes vantagens, as desvantagens estão relacionadas à baixa durabilidade em relação a outros pisos, ruído característico (uma espécie de som “oco” ao se caminhar sobre ele – existem marcas que possuem soluções especiais para minimizar essa questão) e péssima resistência a água.

 

Pisos laminados

 

Ainda que existam pisos laminados aplicados diretamente ao contrapiso por meio de colas, iremos tratar daqui dos pisos laminados de alta resistência com base, ou seja, os pisos comuns de mercado que geram dúvidas entre os outros revestimentos aqui abordados.
O piso laminado é muito similar ao carpete de madeira – o sistema de aplicação e a base são bastante similares. A grande diferença, no entanto, diz respeito ao revestimento final, a superfície em que o usuário pisa. Enquanto no carpete de madeira o acabamento é em folha de madeira, aqui o piso é revestido de algo chamado laminado melamínico (ou fenólico). Esse revestimento é mais conhecido no Brasil pelo nome de um de seus principais fabricantes, a Fórmica.
A grande confusão que ocorre é porque os fabricantes usam laminados que possuem estampas de madeira – São laminados melamínicos que imitam madeira, de forma surpreendentemente real. Mas é um material que poderia ser colorido, ou ter uma estampa, por exemplo.
A vantagem desse tipo de piso, além do mencionado nos carpetes de madeira, é que se desenvolveu uma alta tecnologia para a fabricação desses produtos e o resultado é realmente bastante bom em termos de encaixe e aparência final. A durabilidade é maior do que a dos carpetes de madeira, por causa do laminado e do acabamento do laminado (um processo chamado overlay, mais durável que o verniz do carpete de madeira), porém menor do que a do piso de madeira. As questões de ruído persistem, com algumas melhoras.
Como podemos ver, o importante é saber o que se deseja de um piso: é apenas resolver um problema rapidamente? Colocar algo barato com a aparência de madeira? Um piso nobre, que dura a vida toda, altamente resistente? Pense nessas questões e escolha seu piso!

Referência: Uol