sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Cores e resistência para o mobiliário



No ambiente de trabalho, os móveis sofrem atritos e estão expostos a arranhões e a abrasão. Por isso, a função dos revestimentos não se restringe as exigências estéticas. Eles precisam proteger e prolongar a vida útil do mobiliário. Até os anos 90, a indústria moveleira dispunha apenas dos revestimentos melamínicos e os de madeira para cumprir este papel. Mas, uma nova geração de tintas e vernizes mais resistentes foi desenvolvida para desempenhar a mesma função dos produtos tradicionais: são resinas compostas de poliuretano e poliéster, capazes de garantir uma performance satisfatória no que se refere "a resistência e durabilidade.

As novas resinas ainda não são produzidas no Brasil. São importadas - as melhores são confeccionadas na Itália – para, em seguidas, serem incorporadas no processo de fabricação pelas indústrias nacionais. O resultado é uma tinta adaptada ao clima tropical, com quantidade especifica de solventes, que apresenta diferença de viscosidade em relação as estrangeiras. A resina poliuretânica texturizada oferece uma infinidade de cores e tonalidades, assim como um acabamento mais evoluído. A composição do produto permite uma secagem mais rápida e melhor aderência, tornando-se um revestimento tão eficaz quanto os convencionais.

Há algumas décadas era impossível atribuir aos esmaltes e vernizes esta proteção. A resina sintética, primeira a ser utilizada na indústria moveleira, apresentava baixa resistência aos produtos de limpeza e a luz, o que ocasionava o amarelamento da cor do móvel. Este fato persistiu, mesmo com a entrada da resina à base de nitrocelulose. A deficiência só foi eliminada com uma nova composição, a poliuretânica, que contava com catalisadores, os quais aceleravam o processo de secagem, antes feito por oxidação, ou seja, através do simples contato com ar.

Paralelamente, a aplicação do produto também se modernizou. Foram abandonadas as antigas e caras técnicas de laqueação, em que era necessário passar três camadas de tinta em uma mesma peça. Hoje, antes da pintura final, a madeira pode receber uma camada de primer - substância que ajuda a regularizar a superfície - além de ser lixada. Já a secagem é auxiliada pela ação de raios ultravermelho e ultravioleta. Para a aplicação do esmalte no metal, comuns em pés de mesas, cadeiras e outros acessórios do mobiliário, também existem processos que aumentam a qualidade da pintura. Após banhos com produtos químicos, a peça fica livre de corrosão. Posteriormente a esta etapa de fosfatização do metal, a resina de epóxi garante uma melhor aderência, sem descascar.

A resistência das novas tintas ainda não se equipara a dos revestimentos de uma maneira geral. A principal vantagem do produto está na versatilidade. Os laminados não são capazes de revestir superfícies com formas orgânicas. Neste caso, as novas tintas são ideais para dar acabamento aconchegante e ergonômico, garantido nível de resistência adequado.

Novo impulso

As tintas e vernizes devem ganhar mais espaço no mercado de acabamentos. A razão desta tendência está no aumento do uso do MDF. O Médium Density Fiber Board é uma de madeira reconstituída e hoje considerada a "madeira do futuro" pois, ao contrário do aglomerado que precisa de revestimento, pode ser polida e envernizada ou pintada.

Por ser uma chapa lisa e compacta - graças às partículas mais finas, que são aglutinadas em alta temperatura com resina -, é possível criar detalhes de usinagem, como alto e baixo relevo, além de bordas arredondadas em 180 graus.

Os esmaltes e vernizes texturizados apresentam tonalidade fosca, enquanto os lisos - menos resistentes - podem ser acetinados (com brilho intermediário) ou de alto brilho. No entanto, são mais recomendados os tampos de mesa de pintura foscos, com até 40 gloss (unidade de medida de intensidade de brilho). Esse valor é determinado em função de ergonomia. Os estudos comprovam que o brilho excessivo nas superfícies de trabalho pode danificar a retina, em longo prazo. Semifosco é o brilho máximo.

Mesmo nas linhas residenciais percebe-se um declínio na produção de moveis lustrosos. As cores metálicas devem ganhar mais espaço em estruturas de mesas e painéis. Em tonalidades de cinzas, azuis e vermelhos, essas tintas apresentam na sua composição química uma mistura de pó de alumínio. Já, os cromados devem se mantiver estáveis. São acabamentos mais sofisticados e custo elevado, geralmente destinados a mobiliário de diretoria e presidência. Os tons claros, como argila e cinza, permanecem sendo mais empregados. A utilização de vernizes sobre revestimentos de madeira deve aumentar, principalmente sobre os padrões de carvalho e marfim.

O maior mercado de tintas para monômeros UV é o gráfico, onde a qualidade, propriedades técnicas específicas e suporte técnico são fundamentais perante o custo desses produtos. “Portanto, é um segmento de mercado onde o preço não é essencial, sendo que o mercado final com sua exigência paga por esses benefícios”.

Os monômeros especiais se destacam em aplicações de artes gráficas, em que acabamentos diferenciados são necessários, e também em várias aplicações industriais. Hoje, madeira para móveis e impressão em papeis é grandes mercados, mas vidros, plásticos e metais têm cada vez mais aplicações da tecnologia de cura por radiação UV e novas formulações são desenvolvidas para maior aderência a substratos, melhor resistência química, flexibilidade do revestimento e variações do brilho.

Também se destacam setores industriais, como autopeças, cosméticos, pisos industriais e residenciais, e circuitos impressos para a indústria eletrônica. “Além das formulações convencionais, destacam-se formulações de tintas de baixo VOC para aplicações nos segmentos industrial, imobiliário, têxtil, de resinas para o mercado odontológico e chapas acrílicas”.

Fonte: Elaborada pela Equipe Jornalística da Revista da Madeira

Referência:Remade.com.br

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