quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Madeira numa boa




Espécies nativas e de reflorestamento: é possível construir sua casa sem desrespeitar a natureza
                  

Quando todos os olhares se voltam para o desmatamento das florestas brasileiras, o uso de madeira nativa é posto à prova. Até 2008, segundo o Greenpeace Brasil, mais de 720 mil km2 da Amazônia foram devastados – quase três vezes o tamanho do estado de São Paulo. Estudiosos da área, no entanto, afirmam que a solução não está em bani-la da obra. “Proibi-la significa atestarmos que a nossa floresta não tem valor”, avalia o engenheiro florestal Reinaldo Herrero Ponce, de São Paulo. “É preciso ressaltar a importância de uma aquisição consciente”, diz o engenheiro paulista Edo Callia, da Callia Estruturas de Madeira.

Ela começa pela seleção dos fornecedores. Por isso, nesta reportagem, ao lado das espécies ideais para a estrutura da casa você encontra o nome de madeireiras indicadas por profissionais. Também vale recorrer ao novo sistema Cadmadeira (Cadastro de Comerciantes de Madeira no Estado de São Paulo), com madeireiras paulistas identificadas pelo Certificado Madeira Legal, da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Esse atestado, já atribuído a 11 empresas, comprova a responsabilidade ambiental dos produtos do estabelecimento. 

COMPROVAÇÃO OBRIGATÓRIA
O Greenpeace Brasil estima que 80% da madeira produzida anualmente na Amazônia seja ilegal. “Ao comprar produtos de origem legal, você obriga a exploração responsável”, afirma Carlos Fabiano Cardoso, coordenador de monitoramento e controle florestal do Ibama, em Brasília. Para saber se uma madeira nativa é licenciada de acordo com esse órgão, deve-se conferir o Documento de Origem Florestal (DOF), que atesta a legalidade da cadeia produtiva. “Diferentemente da antiga ATPF [Autorização de Transporte de Produtos Florestais], ele é eletrônico e marca as medidas das peças”, explica o engenheiro Helio Olga, da Ita Construtora, de São Paulo.

CARDÁPIO SORTIDO
Não estranhe a ausência das famosas pinho-do-paraná e peroba-rosa, que sumiram do mercado. “Devemos pensar em nomes alternativos”, sugere o pesquisador Geraldo José Zenid, do Instituto de Pesquisa Tecnológicas do Estado de São Paulo. Para difundir outros tipos, o IPT publicou uma lista na segunda edição do livro Madeira: Uso Sustentável na Construção Civil, lançado com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente do município de São Paulo e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado de São Paulo (Sinduscon). Outra novidade é a revisão da NBR 7.190 para Estruturas de Madeira. As madeiras serão agrupadas por espécie, e não por resistência. “Com isso, os consumidores terão maior controle de qualidade do produto”, explica Carlito Calil Jr., coordenador da comissão de estudos dessa norma e professor da Escola de Engenharia da USP de São Carlos.

No lugar certo: Para a estrutura da casa, o melhor são as opções de alta densidade. “Em geral, quanto mais pesada, maior a resistência mecânica e a durabilidade”, explica Luis Carlos Zanchet, da Zanchet Madeiras, de São Paulo. No telhado, garapeira é bem-vinda. “Mas ela deve ficar protegida da chuva, pois apodrece rápido”, alerta Sérgio Rodrigues, da Madercom, de São Paulo.

Referência:Site Planeta Sustentável

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